29 de jul. de 2010

O encontro

Hoje estou sentindo falta daquela amiga que usa rosa mas é brava. Que escreve bonito e capricha na letra. Que bebe água sem parar por obrigação. Que inventa todas as desculpas para tomar um sorvete. Que fala sincero, ainda que nem sempre de forma tão clara, mas de forma irônica que é mais 'inteligente'. Que tem um celular bonito que nunca usa, mas fica doida pra usar com 'ele'. Que nem sabe se decidir quando acha que decidiu. Que às vezes nem presta atenção em nada, porque é distraída, ou porque não quis mesmo. Que passa e olha os portões da casa, e presta atenção nos detalhes pra depois desenhar. E começa um livro e começa outro e outro até começar 23 e aí sim ela prossegue a leitura de todos eles. E tem sempre um lugar em sua mente, de quando brincava quando criança em sua casa, que te lembra a Inglaterra. Que arruma os dvds na estante. E deixa um monte de coisas de lado porque não liga a mínima. E ri calada, dentro de si. E pensa muito. E pensa cada coisa. E sente as coisas e adivinha tudo sem querer. Mas às vezes adivinha só porque quer. E fica pensando de onde foi que saiu essa coisa que ela não sabe o nome, de sentir e saber, sabe? E às vezes fica sozinha, só pra ficar com ela mesma, e pensa que isso nem é estar sozinha. E diz que o verbo mais bonito é 'aprender', mas nem sempre ela aprende. Mas ainda há tempo. E como ela gosta do tempo. Ainda mais quando ele está de um azul escuro nublado prometendo chuva. Até te dá saudades do passado e do futuro....

Um dia a gente se encontra e se reconhece.

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