21 de abr. de 2010

sobre a única irmã da minha mãe

Antes, muito antes, há milhares de anos, quando fadas vestiam vestido azul com bordado verde, eu "respeitava" minha tia. Hoje, respeito a mim.

O tempo passou, eu cresci e aqueles "laços" e conveniências não existem mais. Hoje, minha tia só é minha tia porque é irmã da minha mãe. A única irmã que a minha mãe teve. Uma pena. A sorte poderia ter batido na porta e deixado de presente num cestinho com manto xadrez só mais uma tia - dessa vez parecida com minha mãe.

Hoje, sinto que não preciso mais ter "medo" dela, ter "cuidado", ouvir tudo o que ela tem vontade de dizer, nem ouvir o que ela acha que eu devo fazer. Isso é que eu chamo de não respeitá-la mais. Não ouvi-la. Não ligar para o que ela diz nem para o que ela faz. Não ligar também para o que ela não diz e não faz. Porque tudo isso é problema dela. E se é um problema e é dela, que ela guarde como segredo, só pra ela.

Hoje, sinto que cresci e nossa relação é de igual para igual. Somos até do mesmo tamanho, oras. E hoje, eu me atrevo, atrevida que sou, a desafiar. Por desafio quero dizer olhar nos olhos, principalmente quando ela fala bobagens, faz críticas ou faz ironia a respeito de tudo e de todos. Dar a minha opinião, principalmente quando é diferente da opinião dela. E, o melhor de tudo, escolher desprezar. Por desprezar quero dizer fazer um favor. Fazer um favor desses bem grandes pra mim, mas também pra ela:poupá-la de ter que ver minha cara de quem não está concordando e minha resposta não tão doce.

É tão bom você "crescer" e poder não conviver com algumas pessoas que, por conveniência ou laços familiares que eu não sei quais são, você teve que conviver.

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