A mãe da minha mãe é uma peça rara. Ainda bem. Duas peças dessas... hum.
Digo "a mãe da minha mãe" porque não posso chamá-la de "vó". Não de coração. Mas da boca pra fora eu posso, e chamo.
Ela chega na minha casa e diz "oi". Outras coisas que ele deveria dizer, já que ela se diz tão fina, prefere guardar pra ela. Mas eu sei dessas coisas, anyway. Eu não me sinto bem perto dela. Nunca. Acho-a tão triste e tão reclamona. Achamos. Nós todos achamos.
Ela adora desafiar as pessoas, ou pelo menos ela adora o sentimento de tentar desafiar as pessoas. E sei que ela tenta quando entra na casa que não é dela, mas minha, assim, sem dar bom dia. E sai, da mesma forma. Ela desafia a si mesma, e sempre ganha o desafio, devo dizer. De mim ela não ganha nunca... Bem, eu não estou competindo. Com ela, não. Preguiça.
Mas tô falando isso porque ontem a mãe da minha mãe aprontou uma de suas cenas, mas dessa vez, felizmente, ela falou pouco. Daí eu dizer que ela nem disse o que deveria. Ah, deveria ter falado... se bem que foi melhor assim, pra não eu ter que ouvir as coisas chatas que saem da boca dela. Fico pensando onde essas coisas ficam guardadas. Será que é ali, na boca? Acho que não, pois seriam coisas "da boca pra fora". As coisas que ela diz saem do coração. Que triste.
Mas voltando ao pronome de tratamento "a mãe da minha mãe", penso que também assim fica estranho me referir a ela. Porque ponho minha mãe no meio. Minha mãe que não tem nada a ver. Nada a ver com a minha "avó", quero dizer. Como podem ser tão diferentes, eu não sei. Mas porque são tão diferentes, a minha mãe e "mãe da minha mãe", fico feliz. Ê.
4 de abr. de 2010
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