A mesma mão que aconchega quebra-me em pedaços.
O mesmo rosto que olha para mim, vira em direção contrária.
A mesma luz que brilha de dia faz morada noite afora.
O mesmo vento de outono sacode as flores na primavera.
Os degraus levam para cima e para baixo, os mesmos degraus de uma mesma escada.
O norte e o sul são apenas a mesma direção, distantes.
O frio que me acolhe também gela minha alma e corta meu rosto.
O cheiro que traz alegria é o mesmo que trouxe lembranças doloridas.
O que foi prazer ontem sequer é sabedoria hoje!
A cerca reparte dois lados de um mesmo local.
Os dias são, no fim das contas, apenas números.
Tudo se apaga e só é verdade o que um dia existiu.
14 de fev. de 2014
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