Era uma vez a menina que ficava na janela a sabotar a felicidade.
Diversas vezes a felicidade passou, ora com olhos azuis, ora com olhos castanhos. A felicidade também teve rosto de cabelos loiros e rosto de cabelos pretos. A felicidade a pegou na mão, a levou no abraco e a soprou para as espumas da satisfação.
Ah, poderia estar sonhando! - pensava ela. E estava mesmo. Mas isso não queria dizer que precisava acordar. Mas ela não conseguia. Ia la e se sabotava. A menina vasculhava em tudo, meio assim muito desconfiava. Contava ate pedrinhas no asfalto, se fosse preciso. A menina, ressabiada, não sabia o que era aquilo - o que foi que causou: o meio em que cresceu, seu horoscopo, seus familiares ou qualquer outra coisa.
Vai ver era mesmo culpa dela. Mas, assim como muitos, ela tendia a achar que tudo tinha uma causa. E esta seria culpa dos outros.
Era uma vez a menina que sabotava a felicidade. A menina que nunca se deixava abracar. A menina que não fechava os olhos. A menina que não aproveitava o momento. A menina que desconfiava da doçura e leveza de algodão-doce.
Era uma vez uma menina.
27 de mai. de 2013
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