Minha visita a medica comeca com a menina encolhida no banco de espera enquanto espera ser chamada. Depois essa menina se transforma em mim e vai pedir silencio aos tagarelas de plantao. Volto, abro meu livro, confiro minha bolsa com palavras em um idioma que nao sei ler e aguardo.
Minha visita ao medico comeca com a porta que abre devagar, meus passinhos lentos e o sorriso timido que dou para a minha medica e ela retribui de volta. A primeira coisa a se falar, como eu esperava, era o meu novo cabelo. Depois escutei um "parece europeu" e fiquei super a fim - super a fim - super a fim de mim! - conhece?
Ja sentadas, falo da minha mania em esquecer tudo, quando repudio profundamente essa mania. Tiro um papel do bolso, como a comprovar o que eu havia dito: anotadas estao todas as minhas observacoes. Observo sempre o seu relogio - como isso a deixa jovem. Escuto historias da filha e do marido frances. Pergunto a minha mente, em silencio, o que ela esta a fazer aqui.
Vamos entao para a Nova Zelandia, o novo lugar de discussao. Me conta segredos magicos dessa terra habitada por povos que nunca vi. Nao me interessei porque nao me impressiona. Voltamos para ca, Brasil, e por fim ouco dela que "pior do que o Brasil, so a Etiopia", ao que eu emendo "India".
A consulta medica terminou quando dividi o medo de que meu karma para a proxima vida seja nascer na India. Ela deu gargalhadas, nao sabendo como essa possibilidade, na verdade, me aflige.
Por fim, ela me falou da amiga estrangeira que se parece com todo mundo legal e, para nao esquecer, consultei de verdade e falamos de remedio.
Eu gosto dessa medica minha. Medico e' alguem com quem devemos nos identificar, pois ele cuida, nada mais nada menos, do que de nos mesmos...
21 de nov. de 2012
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