20 de nov. de 2012

Hormonio da felicidade

As vezes acho que perdi a inspiracao, que ela me deixou, me abandonou e foi morar em lugar que nunca existiu: olho pela janela e vejo a vista; o gato passando e' so um gato; observo uma flor e concluo que trata-se de uma flor.

Vira e mexe ela volta, a vida se renova, os ventos do norte batem e os do sul trazem cheiro de cor anil. E ai me pego toda alegre de novo, como a crianca que acabou de aprender. Brinco, sorrio, percebo mas nem vejo passar. Dialogo, converso, discuto, falo e ainda por cima escuto.

Comeco a contar pessoas. Elas vao entrando. Vem para acrescentar. Reparo ate na grama com seus tons de verde. Lembro que um dia gostei de verde claro mas que isso foi fase e ja passou. Nao passa nunca e' o meu amor por azul. E nisso posso pensar em flores, em duplos sentidos, em metaforas e, mais uma vez, em vida. Na tal da inspiracao.

Eh que as vezes, no meio do dia, eu fico inspirada, guardo ar dentro dos pulmoes e tento conservar a arte. Torco para o fim de tarde chegar e ficar, pois precisa durar um pouquinho mais para se aproveitar. Vejo a aurora boreal que nunca existiu e navego de baloes quando isso sequer aconteceu no mundo das ideias. Por falar nisso, preciso me aprofundar mais no tal mundo das ideais do qual falava Platao: e' nele que eu quero morar. E' ele que quer morar em mim. E, ele, eu deixo.

Eh que hoje eu fiquei um pouco inspirada. Chamo isso de hormonio da felicidade.

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