18 de nov. de 2012

A estrada de uma noite

Quem sabe se dera conta. Quem sabe percebera que nem tudo faz sentido e nao e' para se entender. Quem sabe o jeito mesmo e' indo para, no fim, nao chegar em lugar nenhum - visto que todos morrem no final.

Tudo comecou com a noite em que saira com o convite dele. Fora buscada em casa, teve a porta aberta, assistiram filme, teve seu coracao tocado pela Historia, quis entender as pessoas, pensou em ser diplomata, quis chegar mais perto e no fim nao pagou o estacionamento, como queria, para ser gentil.

No percurso de volta, que era curto, torceu para as ruas de repente se alargarem, para aquele transito da semana estar ali, o sinal fechar e nunca mais se abrir ate que se tenha terminado a conversa.

Pensara em quantas conversas foram cortadas por falta de tempo. Desejou que dessa vez pudesse falar e escutar mais, dividir questoes, buscar respostas que nao existem. Mas o sinal abriu.

E, com o sinal, sentira que estava indo cada vez mais longe, ou se distanciando cada vez mais - depende de como quisessem abordar os acontecimentos dos ultimos tempos que aconteciam dia apos dia. Se perguntava se nao estava chegando a hora de dizer adeus, querendo estar preparada. Nisso, pensara em todos os livros que ainda nao lera no criado ao lado da cama. Contabilizou 36. E lembrou-se que ainda havia aqueles que ela ainda nao sabia que existiam. E pensou em como eram muitos, e pensou em estrada, e e pensou em infinito - e lembrou que um dia tudo acaba. Ate o dia.

E que dia apos dia virava "vida".

E entao voltou-se para si mesma, para o caminho que trilhava - do qual as vezes queria escapar - e em como nao sabia para onde estava indo, ainda que pudesse estar indo embora.

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