4 de jul. de 2012

Uma frase solta ao vento

É que hoje enquanto lia um livro, esperando em um consultório médico, me peguei entretida. Distraída. Entretida de novo. É que há pouco chegara uma moça, que eu deveria até chamar de senhora, mas me recuso devido à falação que chegou causando. É que essa moça, no caso senhora, falava do esmalte, do estacionamento e da loja de shampoos - e nada disso me interessa. Assim, minha mente se voltou em rebeldia, pois recusei a me distrair. Voltei ao livro, que levantava contra a janela ao fundo, iluminada pelo sol. Meus óculos finos me passavam a impressão de uma moça mansa que eu não sou. Enquanto isso, grifava em tom violeta as frases que me ajudavam a entender a vida. É que estou no mundo a entender - essa é a minha função disfarçada e, por isso, eu nem deveria estar contando. Mas isso tudo que vos digo é só para enrolar. Para causar distração, função maior por meio do qual começou esse post, eu diria até. E agora, nesse instante em que você menos esperava, que coincidiu com o mesmo instante lá no consultório, pois aconteceu, me esbarrei com ela. A frase veio esbarrando de volta em mim, como quem passa querendo chamar a atenção. Só faltou gritar meu nome, dizer o seu com suavidade, delicadeza e um sotaque de país estrangeiro e aí aconteceu: "Mas ele foi mais forte do que ela. Nem uma só vez olhou para trás" (CL).

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