9 de jul. de 2012

Minha ira com o governo

A minha ira com o governo começa todos os dias, ao dia começar. E começa de um jeito tão rude, cru e aí pra gente ver que eu nem posso fazer poesia. A minha ira com o governo me tira. Me tira a sensibilidade, a esperança, a fé e até a força. Porque a minha ira com o governo é a coisa mais forte que eu tenho dentro de mim nesse momento. Hoje acordei com a minha ira com o governo. Ela tomou forma concreta ao ler um email que uma amiga me mandou. Os dados, que ignoramos no vai e vem do dia-a-dia. Essa nossa mania de esquecer. E de nunca lembrar. Reconheci que somos ricos, quando eu sempre mais do que já sabia. Somos o povo que mais trabalha para pagar impostos, depois dos suecos. E que vida de sueco a gente tem? Hein? Essa vida daqui está mais para ser comparada com a de outro lugar do mundo, que hoje comentei com minha irmã mas não irei comentar aqui. Chega de criar alvoroços para coisas que não merecem ser notadas. Sabe o que mais me irrita? As pessoas que eles chamam de "brasileiros". Eu, sabe, chamo-os por outro nome. Mas vou pular isso porque isso é assunto meu. É que você que está lendo isso aqui, tenho certeza, não leu o jornal de hoje, não leu o jornal de ontem, não parou para ler a capa da revista exposta na banca e pagou por um imposto que nem sabia que fora criado. E isso tudo - e o pior disso tudo - é que você não participou de nada e, assim, nada teve a declarar. Vamos todos pagar caro, os impostos mais caros do mundo, para nada. Para sermos chamados de pobres, porque sim, somos um bando deles. Para nada, para mandarmos dinheiro para os países europeus que estão em crise, para os países africanos que chamamos inconscientemente de colônias, para bolsos privados e bolsas de marca. Vamos todos. Porque quem não participa, ajuda a pagar também. Eu, que não escolhi esse governo brasileiro ridículo que esta aí (apenas mais um em quinhentos anos, eu quase diria), pago também. E o mais caro é o pato. Hoje, mais um dia, eu estou com raiva do governo. Ele mingua minha poesia de maneira brutal, fria, nua, crua e vazia. Governo não é poesia. É um adeus, Brasil.

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