E hoje seria ontem com um amanha ainda para eu fazer.
E eu contaria o tempo por tecnologias e pararia o tempo em um mp4. E a cor seria azul, escuro, de um mundo meu que e' so meu. E que voce poderia visitar.
E eu te trataria direitinho, porque visita a gente trata bem. E poderia fingir que estou dormindo no sofa, com chinelo largado pelo chao, so para parecer menos real.
E todos os livros na estante, falaria que sao meus. Parecem. Decoraria a janela com adesivos pessoais. E o vaso de flor, que eu nunca comprei, seria regado. E eu so o teria porque as pessoas finas e entendidas falam que faz bem. Vai ver e' chique.
E eu fecharia a janela, so para ficar mais escuro e dar sinal de fantasma. E chamaria os bombeiros, quando eu pensaria que eles pensariam que estou fora de mim. E, ao deixa-los ir, iria rir como quem fez de proposito e sabia, sim, que chamou quem nao deveria chamar. Apenas porque escolheu assim.
E a borracha, que uma vez na infancia foi cor de rosa mas de repente ficou brega, eu usaria como ferramenta mais preciosa e intima, sabendo que tudo o que nao tem valor precioso pode e deve ser apagado.
E apagaria esse post, sabendo que na era da tecnologia a gente fala deletar, que e' uma palavra, por sinal, que nem existe no nosso idioma. E me perguntaria que idioma e' esse que estou a falar, agora que falo, sem nada dizer. Faz sentido?
12 de dez. de 2010
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