Perdemos a idade, porque ganhamos anos. Perdemos horas. Folhas de um calendário. Canetas variadas que ficaram espalhadas por aí.
Perdemos o dia mais importante que já aconteceu. Perdemos a oportunidade. Perdemos o cheiro que invade o nariz e adormece no coração para lá morar para sempre. Perdemos a batalha contra a natureza, ainda bem. Perdemos o ônibus, o metrô e a vontade.
Perdemos chances. Perdemos o amigo que um dia nos foi tao querido. Perdemos um amor. Perdemos inúmeros dias de chuva por não saber aproveitá-los - logo eu, que tanto os amo.
Perdemos noites de sono. Perdemos sonhos felizes. Perdemos o desejo de um dia a mais. Perdemos mais um amanhecer. Um dia, perderemos o sol para sempre. Mas, até lá, este dia nunca chega.
Perdemos as meias na escada. Perdemos a vergonha e o pudor. Perdemos beijos não trocados. Perdemos os números de telefone escritos em papel. Perdemos o desejo.
Perdemos chances de andar de mãos dadas. Perdemos o carinho em nossos cabelos. Perdemos um cílios que cai dos olhos com olhar profundo. Perdemos o tempo - o tempo, dá para ser perdido? Oh! It hurts, if you only knew...
Perdemos a vontade de caminhar. Perdemos as lembranças de infância que formam tantos "eus". Perdemos as pessoas que cruzam nossos caminhos. Perdemos também aquelas pessoas que deixam nossos caminhos.
Perdemos a juventude. Perdemos o rigor. Perdemos as oportunidades e perdemos conselhos. Perdemos a palestra, a folha de rascunho, a risada guardada e o segundo do tempo. Perdemos o especial. Perdemos a paciência. Perdemos o sensível. Perdemos o bruto com um soco no estômago. Perdemos farpas, o programa favorito na tv, a reprise de um dia marcante e a hora certa de atravessar uma rua.
E então, perde-se. Pois perdemos a nós mesmos.
16 de mar. de 2014
9 de mar. de 2014
Little Fuge, by Sylvia Plath
[...]
I see your voice,
Black and leafy, as in my childhood,
A yew hedge of orders,
Gothic and barbarous, pure German.
Dead men crying from it.
I am guilty of nothing.
The yew my Christ, then.
Is it not as tortured?
And you, during the Great War
In the California delicatessen
Lopping the sausages!
They colour my sleep,
Red, mottled, like cut necks,
There was a silence!
Great silence of another order.
I was seven, I knew nothing.
The world occurred.
You had one leg, and a Prussian mind.
Now similar clouds
Are spreading their vacuous sheets.
Do you say nothing?
I am lame in the memory.
I see your voice,
Black and leafy, as in my childhood,
A yew hedge of orders,
Gothic and barbarous, pure German.
Dead men crying from it.
I am guilty of nothing.
The yew my Christ, then.
Is it not as tortured?
And you, during the Great War
In the California delicatessen
Lopping the sausages!
They colour my sleep,
Red, mottled, like cut necks,
There was a silence!
Great silence of another order.
I was seven, I knew nothing.
The world occurred.
You had one leg, and a Prussian mind.
Now similar clouds
Are spreading their vacuous sheets.
Do you say nothing?
I am lame in the memory.
6 de mar. de 2014
O que você faria
Me diz o que você faria quando soubesse o que não fazer mais.
Diz para mim qual a metade do segredo das coisas simples e importantes. Conta-me o nome delas. Sopre ao meu ouvido, mantendo uma certa distância, para eu não me apaixonar.
Me diz o que você faria se você pudesse falar comigo. Se pudesse encostar em mim. Se olhasse outra vez em meus olhos. Se tocasse em minhas mãos macias.
Diga-me por onde tu andas e ensina-me o caminho de volta para casa.
Ensina-me a viver como quem come noz moscada. Como quem não liga para cores diferentes. Como quem esquece a graça de sorrir. Como quem partiu sem deixar para trás.
Me diz o que você faria como se me contasse um segredo. Chega perto do meu ouvido mais uma vez. Conta-me devagar, sorrindo. Fale baixo ao falar comigo. Conta-me o que você faria.
Diga-me como acontece a escrita. Como me encontro, eu que estou meio perdida. Como pulo do alto sem cair no chão. Como corro com estas pernas que já me levaram tão longe.
O que você faria se pudesse me encontrar e me contar, me contaria? O que você faria se eu lhe pedisse para me dizer o que fazer? O que você faria se, enfim, se desse conta que preciso que pegue em minha mão e me guie pelo cheiro dos seus olhos que só eu, apenas eu, pude encontrar? O que você faria se o mundo pudesse ser pintado de uma, e apenas uma, cor? O que você faria se todas as coisas fúteis tornassem um dia importantes? E se eu lhe dissesse que não me importo mais com sua pontuação incorreta nas frases?
Me diz o que você faria. Divide um pouquinho desta estrada comigo. Estou sem caminho.
Me diz o que você faria, porque quero tanto lhe ouvir.
Diz para mim qual a metade do segredo das coisas simples e importantes. Conta-me o nome delas. Sopre ao meu ouvido, mantendo uma certa distância, para eu não me apaixonar.
Me diz o que você faria se você pudesse falar comigo. Se pudesse encostar em mim. Se olhasse outra vez em meus olhos. Se tocasse em minhas mãos macias.
Diga-me por onde tu andas e ensina-me o caminho de volta para casa.
Ensina-me a viver como quem come noz moscada. Como quem não liga para cores diferentes. Como quem esquece a graça de sorrir. Como quem partiu sem deixar para trás.
Me diz o que você faria como se me contasse um segredo. Chega perto do meu ouvido mais uma vez. Conta-me devagar, sorrindo. Fale baixo ao falar comigo. Conta-me o que você faria.
Diga-me como acontece a escrita. Como me encontro, eu que estou meio perdida. Como pulo do alto sem cair no chão. Como corro com estas pernas que já me levaram tão longe.
O que você faria se pudesse me encontrar e me contar, me contaria? O que você faria se eu lhe pedisse para me dizer o que fazer? O que você faria se, enfim, se desse conta que preciso que pegue em minha mão e me guie pelo cheiro dos seus olhos que só eu, apenas eu, pude encontrar? O que você faria se o mundo pudesse ser pintado de uma, e apenas uma, cor? O que você faria se todas as coisas fúteis tornassem um dia importantes? E se eu lhe dissesse que não me importo mais com sua pontuação incorreta nas frases?
Me diz o que você faria. Divide um pouquinho desta estrada comigo. Estou sem caminho.
Me diz o que você faria, porque quero tanto lhe ouvir.
5 de mar. de 2014
Houve uma vez um verão
Houve uma vez um verão.
Um momento que dediquei-me ao teu, ao que não era meu, ao que estava ao meu lado, ao que mais gostava, ao que mais desejava, ao que mais olhava, ao que mais existia.
Houve uma vez um verão e notei os pássaros a cantar. Eu, que nunca prestei atenção nestas coisas. Sei que a construção gramatical não está correta, mas esta sou eu e eu adoro quebrar regras.
Houve uma vez um verão em que te dediquei. Chamei-o de seu, dando-lhe o seu nome. Criei-o do nada, como quem cria um mundo que nunca existiu. No fundo, nada existia, pois as coisas todas foram criadas. E, durante a criação, esqueceram de você. Logo você, meu bem tão especial.
Houve uma vez um verão, listras coloridas que formavam ele, lábios frios contra o vento, cabelos longos batendo em meu rosto, leituras nunca em dia. Afinal de contas, o que valia a pena eu não havia escrito ainda.
Houve uma vez um verão, e eu te escrevi muitas letras que formavam palavras. E as palavras, significados. Formei-me a mim, dei-me a você. Tirei uma parte do meu braço, até hoje a sangrar, a doer. Ofereci o meu sorriso mais sincero, o meu raro sorriso. E meus olhos escuros, embora sempre muito claros, a fitar você.
Houve uma vez um verão e uma criação toda que criei para lhe comemorar. Um local ao subsolo. Comidas baratas, musica ao fundo, noite escura sem estrelas porque era sinal de chuva. Houve uma vez um verão e eu o criei com todo o cuidado, carinho e pedaço de mim.
Houve uma vez um verão que nunca deixou de ser e sempre irá existir. Este verão não entra no calendário e por isso foge das estações. Mas está ali, mais real do que nunca, porque me lembra você.
Um momento que dediquei-me ao teu, ao que não era meu, ao que estava ao meu lado, ao que mais gostava, ao que mais desejava, ao que mais olhava, ao que mais existia.
Houve uma vez um verão e notei os pássaros a cantar. Eu, que nunca prestei atenção nestas coisas. Sei que a construção gramatical não está correta, mas esta sou eu e eu adoro quebrar regras.
Houve uma vez um verão em que te dediquei. Chamei-o de seu, dando-lhe o seu nome. Criei-o do nada, como quem cria um mundo que nunca existiu. No fundo, nada existia, pois as coisas todas foram criadas. E, durante a criação, esqueceram de você. Logo você, meu bem tão especial.
Houve uma vez um verão, listras coloridas que formavam ele, lábios frios contra o vento, cabelos longos batendo em meu rosto, leituras nunca em dia. Afinal de contas, o que valia a pena eu não havia escrito ainda.
Houve uma vez um verão, e eu te escrevi muitas letras que formavam palavras. E as palavras, significados. Formei-me a mim, dei-me a você. Tirei uma parte do meu braço, até hoje a sangrar, a doer. Ofereci o meu sorriso mais sincero, o meu raro sorriso. E meus olhos escuros, embora sempre muito claros, a fitar você.
Houve uma vez um verão e uma criação toda que criei para lhe comemorar. Um local ao subsolo. Comidas baratas, musica ao fundo, noite escura sem estrelas porque era sinal de chuva. Houve uma vez um verão e eu o criei com todo o cuidado, carinho e pedaço de mim.
Houve uma vez um verão que nunca deixou de ser e sempre irá existir. Este verão não entra no calendário e por isso foge das estações. Mas está ali, mais real do que nunca, porque me lembra você.
27 de fev. de 2014
O inventor da mocidade
O inventor da mocidade não sabia o que estava fazendo quando criou você. Quando criou eu. Quando criou todos nós.
Ele, o caro amigo, andava para lá e para cá e, embora sem rumo, chegava a algum lugar. O inventor da mocidade tinha planos maliciosos e um perfume de jasmim. Ele escrevia letras e desenhava frases inteiras que, mais tarde, viravam cartas. Cartas nunca escritas, imaginadas ou enviadas. Estava mesmo era planejando o futuro.
O inventor da mocidade tinha todas as cartas na mão. E um sorriso de lado, do lado esquerdo do rosto. Em seus olhos, podia-se enxergar tudo. E fazer chover. O inventor da mocidade muitas vezes molhou-me com lágrimas.
A mocidade toda vivia o momento, como um que jamais iria chegar. Os dias iam contando, as pessoas iam passando, as rotinas jamais ficaram e as lembranças foram cravadas no solo. Vivia-se um dia de cada vez, até mesmo com um pouco de dificuldade. Isso, porque havia muitas horas para gastar e quase pouco para se fazer quase nada. Tudo, porque eram jovens e formavam a mocidade.
O inventor da mocidade não reparou no erro que cometeu. Se distraiu em uma esquina de um campus, logo ali no local onde não deveria estar. O vento espalhou suas folhas de rascunho e as histórias se encontraram. Como era distraído o inventor da mocidade. E, agora, eles teriam que pagar o preço - mais tarde, ela pagaria pelos dois.
E os dias demorados passam mais lentos, porque são os mais dolorosos. Tudo o que é bonito um dia ficou. As nuvens foram empurradas como sopro de vento e no tecido macio ele encostou. Ficaram apenas as marcas dos dedos.
Ao inventor da mocidade dedicou-se muitas músicas. Muitas leituras. Muitos autores. Poucas flores e um vaso de porcelana. O inventor da mocidade, sempre acreditei, era um cara malvado e sem escrúpulos, que veio este mundo a passeio enquanto escrevia seus poema macabros. Vendo a brisa chegar e vivendo os segundos dos relógios antigos que pararam no tempo, o inventor da mocidade conectou corações, deu de ombros, gargalhou e foi embora.
Tudo o que restou foram eles, um dia jovens.
Ele, o caro amigo, andava para lá e para cá e, embora sem rumo, chegava a algum lugar. O inventor da mocidade tinha planos maliciosos e um perfume de jasmim. Ele escrevia letras e desenhava frases inteiras que, mais tarde, viravam cartas. Cartas nunca escritas, imaginadas ou enviadas. Estava mesmo era planejando o futuro.
O inventor da mocidade tinha todas as cartas na mão. E um sorriso de lado, do lado esquerdo do rosto. Em seus olhos, podia-se enxergar tudo. E fazer chover. O inventor da mocidade muitas vezes molhou-me com lágrimas.
A mocidade toda vivia o momento, como um que jamais iria chegar. Os dias iam contando, as pessoas iam passando, as rotinas jamais ficaram e as lembranças foram cravadas no solo. Vivia-se um dia de cada vez, até mesmo com um pouco de dificuldade. Isso, porque havia muitas horas para gastar e quase pouco para se fazer quase nada. Tudo, porque eram jovens e formavam a mocidade.
O inventor da mocidade não reparou no erro que cometeu. Se distraiu em uma esquina de um campus, logo ali no local onde não deveria estar. O vento espalhou suas folhas de rascunho e as histórias se encontraram. Como era distraído o inventor da mocidade. E, agora, eles teriam que pagar o preço - mais tarde, ela pagaria pelos dois.
E os dias demorados passam mais lentos, porque são os mais dolorosos. Tudo o que é bonito um dia ficou. As nuvens foram empurradas como sopro de vento e no tecido macio ele encostou. Ficaram apenas as marcas dos dedos.
Ao inventor da mocidade dedicou-se muitas músicas. Muitas leituras. Muitos autores. Poucas flores e um vaso de porcelana. O inventor da mocidade, sempre acreditei, era um cara malvado e sem escrúpulos, que veio este mundo a passeio enquanto escrevia seus poema macabros. Vendo a brisa chegar e vivendo os segundos dos relógios antigos que pararam no tempo, o inventor da mocidade conectou corações, deu de ombros, gargalhou e foi embora.
Tudo o que restou foram eles, um dia jovens.
23 de fev. de 2014
A questão humana
A questão humana é muito mais simples do que se imagina. Tudo o que se precisa é um debruçar na janela.
A questão humana envolve dias frios com horas contadas, espera em consultórios como se as horas não valessem nada, a saga do capitalismo, gostar mais de cachorros, a grama sendo cortada e uma mão no bolso.
A questão humana pede que se esqueça as decepções que até então foram guardadas. Que se maneje bem a fechadura da porta. Que tire o cisco do olho com um sopro leve.
A questão humana é muito mais simples do que se parece. Envolve cartas guardadas, miolos de pão, feiras ao ar livre, coisas sem valor, listras de cores não combinando e palavras não ditas. A questão humana é algo assim bem chato.
Pede-se paciência e prudência para a menina que nunca soube esperar. Logo ela que se vê correndo pelas ruas sem freio, quando, na verdade, não sabe nem respirar. Apaga-se então essas contas matemáticas sem rumo, guarda-se as anotações sociais, passa-se a borracha, pula-se um muro. Nada, e tudo mais.
A questão humana nunca envolveu pessoas. E, por isso, ela, a menina, nunca fez parte. Como uma marginal, observa a sociedade da qual não faz parte. Tudo, porque as coisas giram em torno da questão humana.
Na verdade, ao fim do dia ela percebe que a questão humana é muito mais difícil do que se parece. Isso, porque será exigido dela aquela caminhada que ela não fez, os números das casas memorizados, o ônibus que perdeu, as cercas delicadas das casas, as flores que nunca teve interesse em comprar, o Estado estrangeiro ao longe, as grades fixas nas janelas do oriente, as decepções e coração cortado, a tesoura que lhe cortou o cabelo e doeu, o cão do vizinho que ora latia, ora a observava.
Ela, no final, preferiria não estar envolvida em questões como esta.
A questão humana envolve dias frios com horas contadas, espera em consultórios como se as horas não valessem nada, a saga do capitalismo, gostar mais de cachorros, a grama sendo cortada e uma mão no bolso.
A questão humana pede que se esqueça as decepções que até então foram guardadas. Que se maneje bem a fechadura da porta. Que tire o cisco do olho com um sopro leve.
A questão humana é muito mais simples do que se parece. Envolve cartas guardadas, miolos de pão, feiras ao ar livre, coisas sem valor, listras de cores não combinando e palavras não ditas. A questão humana é algo assim bem chato.
Pede-se paciência e prudência para a menina que nunca soube esperar. Logo ela que se vê correndo pelas ruas sem freio, quando, na verdade, não sabe nem respirar. Apaga-se então essas contas matemáticas sem rumo, guarda-se as anotações sociais, passa-se a borracha, pula-se um muro. Nada, e tudo mais.
A questão humana nunca envolveu pessoas. E, por isso, ela, a menina, nunca fez parte. Como uma marginal, observa a sociedade da qual não faz parte. Tudo, porque as coisas giram em torno da questão humana.
Na verdade, ao fim do dia ela percebe que a questão humana é muito mais difícil do que se parece. Isso, porque será exigido dela aquela caminhada que ela não fez, os números das casas memorizados, o ônibus que perdeu, as cercas delicadas das casas, as flores que nunca teve interesse em comprar, o Estado estrangeiro ao longe, as grades fixas nas janelas do oriente, as decepções e coração cortado, a tesoura que lhe cortou o cabelo e doeu, o cão do vizinho que ora latia, ora a observava.
Ela, no final, preferiria não estar envolvida em questões como esta.
16 de fev. de 2014
It's been
It's been so long. It's been tense. It has always been present tense.
It's been through the windows, behind the doors. It's been my steps, it's been the way I look around, it's been how I hide my eyes.
It's been written, it's been reread, it's been many times. It's been blue, it's been warm, it's been real and it's been cold. It's been in the kitchen, perhaps in the garden. It's been all about the books. It's been important. It's been so simple.
It's been forgotten, it'll always be remembered. It's been difficult and it's been done.
It's been high. So fucking high. That kinda high.
It's been it. It's been this. It's been that. It's been all but also none. It's been all I care about, it's been all I am not. It's been a word I created.
It's been fiction, it's been novel, it's been mostly poetry. It's been English as well. It's been grammar and it's been that kinda math. It's been superficial and therefore so deep. It's been whatever.
It's been and it is.
It's been through the windows, behind the doors. It's been my steps, it's been the way I look around, it's been how I hide my eyes.
It's been written, it's been reread, it's been many times. It's been blue, it's been warm, it's been real and it's been cold. It's been in the kitchen, perhaps in the garden. It's been all about the books. It's been important. It's been so simple.
It's been forgotten, it'll always be remembered. It's been difficult and it's been done.
It's been high. So fucking high. That kinda high.
It's been it. It's been this. It's been that. It's been all but also none. It's been all I care about, it's been all I am not. It's been a word I created.
It's been fiction, it's been novel, it's been mostly poetry. It's been English as well. It's been grammar and it's been that kinda math. It's been superficial and therefore so deep. It's been whatever.
It's been and it is.
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