Me diz o que você faria quando soubesse o que não fazer mais.
Diz para mim qual a metade do segredo das coisas simples e importantes. Conta-me o nome delas. Sopre ao meu ouvido, mantendo uma certa distância, para eu não me apaixonar.
Me diz o que você faria se você pudesse falar comigo. Se pudesse encostar em mim. Se olhasse outra vez em meus olhos. Se tocasse em minhas mãos macias.
Diga-me por onde tu andas e ensina-me o caminho de volta para casa.
Ensina-me a viver como quem come noz moscada. Como quem não liga para cores diferentes. Como quem esquece a graça de sorrir. Como quem partiu sem deixar para trás.
Me diz o que você faria como se me contasse um segredo. Chega perto do meu ouvido mais uma vez. Conta-me devagar, sorrindo. Fale baixo ao falar comigo. Conta-me o que você faria.
Diga-me como acontece a escrita. Como me encontro, eu que estou meio perdida. Como pulo do alto sem cair no chão. Como corro com estas pernas que já me levaram tão longe.
O que você faria se pudesse me encontrar e me contar, me contaria? O que você faria se eu lhe pedisse para me dizer o que fazer? O que você faria se, enfim, se desse conta que preciso que pegue em minha mão e me guie pelo cheiro dos seus olhos que só eu, apenas eu, pude encontrar? O que você faria se o mundo pudesse ser pintado de uma, e apenas uma, cor? O que você faria se todas as coisas fúteis tornassem um dia importantes? E se eu lhe dissesse que não me importo mais com sua pontuação incorreta nas frases?
Me diz o que você faria. Divide um pouquinho desta estrada comigo. Estou sem caminho.
Me diz o que você faria, porque quero tanto lhe ouvir.
6 de mar. de 2014
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