Minha irmã já não escreve uns versinhos, nem uns versinhos a minha irmã escreve mais.
Eu, um dia, até tentei pegar em sua mão para lhe ensinar a escrever. Este é o papel da irmã mais velha. E isso foi uma vida inteira - o escrever tem muitas formas.
E eu peguei em sua mão para lhe ensinar a escrever. Eu repito, porque é o que acontece quando o repete é vivido de novo. Esse tal repetir.
Mais tarde, chegou esta vez de novamente: é que a a vida cria muitas oportunidades. E minha irmã tentou: minha irmã leu uns versinhos.
Mas minha irmã não os escreve: minha irmã já não escreve versinhos.
E como é que se vive? Como é que se vive sem escrever?
E como é que se vive? Como é que se vive sem ser escrita? Sem escreverem para você?
Eu só me formo inteira por palavras, que me constroem de significados. Mas eu não a voicero (talvez eu tenha inventado esta palavra para o que significa dizer, só que com a voz). É que eu só falo escrevendo.
E minha irmã não escreve. Nem uns versinhos minha irmã escreve mais.
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