Seria uma borboleta. Para a mãe dela, pelo carinho. Para os outros, por causa da asa. Para o pai, por ser ela mesma. Para as irmãs, como inspiração. Para si, para voar.
Seria colorida. Cada cor, cada dia. Cada cor, cada humor. Cada cor, cada tom.
Estivera cansada das coisas que se repetiam. Quisera ter controle sobre o tempo, principalmente no que diz respeito ao período de chuvas. Quisera manter segredo só para fazer surpresas. Quisera ir e deixar. Quisera rir. Quisera gargalhar e não ligar para mais nada que não valia a pena.
Mas o telefone não parava de tocar. Embora nenhuma daquelas ligações fossem para ela. Fizera planos, então, como em um filme de ação, onde o complô era não atendê-lo. Desligá-lo daquela tomada escondida na parede que todos notavam. Assim teria-se uma solução. Parecia tão fácil.
E se tudo fosse tão fácil, tudo teria solução. Neste momento pensava que não teria graça, assim dessa forma. Mas então lembrara-se que na próxima vida-não-se-sabe-onde, ela teria controle sobre o tempo. E, assim, poderia escolher entre saber ou não, entre prever ou deixar acontecer. Bastava querer.
E se a vida fosse assim tão escancarada, pensara ela, como seria chata. Mas seria, pelo menos seria - será?
27 de dez. de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário