A descoberta do mundo deu-se assim: parecia que eu estava apenas descobrindo-o.
Descobri-o de duas formas:
1- tirei sua vestimenta, a cor que o cobria, descobrindo-o e deixando-o descoberto.
2- fui por ele passear e, enquanto vivia minhas descobertas, descobria-o. Descobertas com sabor de aventura.
Oh, don't you just love the Portuguese language?! Tenho que apertar os olhos para perseguir a linha de raciocínio, ou me perderei em minhas próprias palavras. Descobrir é então duas coisas: é descoberta, que é como achar-encontrar, e é des-cobrir, que é o contrário de cobrir.
A descoberta do mundo deu-se assim: na frente dos meus olhos. Um dia, caiu uma capa e lá atrás estava ele, a seu modo: o mundo.
Mas, ainda que o mundo fosse a seu modo, eu ainda o fazia meu. Todo mundo tem seu jeito, todo mundo dá um jeito, todo mundo faz um mundo e o mundo já não é mais de si.
A descoberta do mundo, do jeito que a vejo frente aos meus olhos nesse instante agora, parece assim:
uma foto cheia de árvores em tom verde-azulado, mas o fundo é marrom e a vida no leste é cinza; o lápis com que escrevo a reportagem é vermelho, mas a tinta é azul; as palavras que você vê e lê têm gosto de história mundial; a história mundial que perpassa as linhas escritas são relatos pessoais.
Então a descoberta do mundo era assim: cada um tinha uma história para contar. Resta-nos, então, ouvir, narrar, relatar - escrever.
E assim fez-se o mundo: no oitavo dia, às narrações via escrita, por meio das mãos de uma coadjuvante, com o olhar juvenil, em meio a preposições emaranhadas nas frases, em sua língua-mãe e numa língua que-não-era-sua-mas-tomara-posse, sob olhares atentos e corações batendo.
Era a descoberta do mundo: descobriu.
3 de fev. de 2017
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário