A companhia das letras tem pintado os meus muros, sustentado o meu chão, sido o rumo do futuro, a porta sob um vão.
Nas letras, encontrei-me; encontrei o que escrevi a você; encontrei o meu encontro; encontrei a solidão. Porque as letras vem mas vão, elas não pertencem a mim, a ninguém. As letras são o senhor do mundo.
A companhia das letras tem pegado em minhas mãos. Tem guiado as pessoas sensíveis. Tem enganado os desatentos. A companhia das letras torna-se a coisa mais preciosa a cada segundo de vida que passa.
Algumas companhias são mais preciosas do que outras - isto eu sempre soube, sem nem precisar escolher. Tem-se, por exemplo, aquela letra sublime que pinta o meu entardecer com suas palavras pessoais que ecoam no vento frio. Aquela letra que me deixou tantas cartas. Aquela letra que escrevia diários desde tenra idade. Aquela letras que escreveu um romance que me inspirou a vida e me ajudar formar. Aquela letra que mudou a história. A sua companhia, que habita dentro de mim. Sabe de quem estou falando, não é mesmo?
A companhia das letras, de forma suave, deixa marcas por onde passou. Grampeia as veias da gente. Impede o sangue de jorrar. Passa rápido mas tem presença forte. Guia-nos para onde sequer sabemos que iremos.
A companhia das letras tem me habitado desde que vim para cá.
25 de mai. de 2014
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