Longe daqui era aqui mesmo.
Era um lugar que não poderia ser.
Parecia um lugar em que sempre vivera, mas que sequer havia existido.
Longe daqui, aqui mesmo: porque é o mais longe que se pode ser.
Parece o infinito: olha-se e não se vê nada. Não se parece com nenhuma observação.
Longe daqui era um aqui mesmo bem aqui, mas ali. Eu não sei se estive lá, só sei que não estou, mas sei também que estaria.
Era uma vez um lugar muito longe: aqui, aqui mesmo. E, mesmo sendo aqui, era longe de si.
E não havia ponte que ligasse, nem caminho que soubera traçar. Não existia nenhum mapa. As coordenadas descoordenavam-se.
Era um lugar sem ser: era um lugar que não era.
Longe daqui era o aqui mesmo.
9 de mar. de 2017
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