Estou na distância de outra geração. Estamos.
Estou na distância de outra geração, onde não há voz e nem ouvidos e nem fala há. Parece mais um subir de escadas em espiral. Parece um caminho que leva a lugar nenhum.
Porque é assim a distância entre duas gerações: longe. Uma distante da outra, um lugar longínquo, um lugar longe do meu coração. Direi "aqui não mora ninguém", quando me ouvir.
Enquanto isso, caminha-se para longe. Pego meu casaco e sigo o rumo das minhas mãos - diz-se que segue o coração. Ou leva até ele, não sei dizer.
Estou na distancia de outra geração e isso aqui mais parece um lugar do meio. Quanto mais me afasto, mais de mim me aproximo: chego perto de mim e me recebo como um presente do meu próprio destino.
Se pertenço a uma geração e não à outra, não posso estar em dois lugares. E nem ser ninguém mais que eu mesma.
E isso eu não falo; apenas escrevo. Minha voz não foi ouvida mas nunca se calou: dentro de mim um eco tão meu continua.
Na distância de duas gerações há eu e você, há eles e nós. Há o lado de cá e o outro lado. O seguir em frente e o ficar parado. Lados direito e esquerdo, que são também posições políticas. As fotos dos momentos vividos dirão o que aconteceu e serão a história.
Enquanto isso, distanciamo-nos: na distância de duas gerações - lá, estou eu.
21 de nov. de 2016
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