1 de set. de 2013

Está tudo perdoado

As vezes acordo como gente.

Dou-me conta da preciosidade dos segundos. Lembro-me de que é porque eles são mínimos, pequenos, minúsculos.

As vezes acordo com vontade de correr. Sair correndo por aí. Percorrer todos os caminhos que me deixaram lembranças boas e saudades doídas. E, num impulso maior, sobrevoar as instâncias do além, marcadas por barreiras que o homem criou, deu nomes e leis. 

Preencho minhas noites com beijos, as noites preenchem-me com beijos. Sussurros ao pé do ouvido. Holding hands. Como gosto disso. Fazem quem sou. Nutrem a alma, dão vontade de amanhã. 

E então eu acordo com vontade de viver. Ser tudo o que sou. Somos até mesmo aquilo que não estamos sendo neste momento. Simplesmente somos - nós, que somos de verdade. 

E então fico me vendo caminhar por um gramado verde. Gramados verdes são tao insignificantes, embora estejam em todos os filmes. Deve ser porque faz sentido. 

Dou-me a chance de viver, eu, que quero apenas ser. Permito-me encostar nos meus cadernos encantados, preciosos, guardados. Ouso escrever. Desenhar. E isto tudo é viver. Pinto as unhas, logo eu que acho isso tão fútil. Mas é que faco pelas cores. Pela minha mood. Pelo ritual. Pelo resultado. Jogo jogos de palavras - jogo sem fim! Em uma competição comigo mesma. 

Em uma noite dessas, a gente acorda no outro dia aprendendo a gostar de quem gosta da gente. Querendo esquecer tudo quanto é passado que passou. Numa noite revendo A Lista de Schindler com a irmã do meio, sente-se aquele sentimento mais profundo do mundo que não da para escrever em palavras - apenas sente-se - embora as palavras sejam tão necessárias!

E tudo, cada cantinho do mundo, cada sopro no coração, cada olhar trocado um dia, cada palavra não dita - tudo some como num piscar de olhos, um apagão, um adeus. 

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