19 de abr. de 2011
num minuto de vida
Ela hoje colocou todos os sapatos de lacinho e roupas serias de lado, como quem joga fora. Colocou posteres nas paredes do quarto e deu uma pincelada de cores azul, vermelha e branca na sala. Amarrou os cabelos compridos, e nao cuidou para que os esmaltes conservassem. Porque fica mais bonito eh quando comeca a sair, ela comecou a pensar outro dia ai, depois que ele falou com ela. E pegou todas as manias e colocou em malas, e trouxe junto a si. Porque manias pessoais, que nao fazem mal a nos e nem aos outros, a gente traz eh com a gente, pois elas fazem quem nos somos. E lembrou de um lugar e de outro e ate pensou que todos esses lugares pintaram a gravura que era a vida dela. Passou por canteiros floridos, sem notar muito. O lixo nos canteiros, que nao devia estar ali, ela notava. Ligou um radio, para voltar aos tempos antigos, porque algumas coisas nao mudam jamais e precisam ser preservadas. Piscou os olhos de um rimel que comprou pra ela com rosa importado pintado de verde, e de longe. Ligou a tv e usou sua critica. Leu uma revista e debochou. Chorou frente a injustica que viu e, mais uma vez, reclamou. Olhou os contatos num desses sites que fez para ela, para so manter e adicionar quem acrescenta. Limpou com as maos sua maquina de fotografar e pensou como essa expressao eh antiga. E ate pensou que esse lugar em que nasceu por acidente gracas a falta de atencao, ate foi mais bonito num passado longiquo onde existiam menos pessoas e mais gente. Lamentou. Sorriu por dentro num lugar de segredo que so ela sabe e guarda para ela. Porque esse lugar, essa alegria e esse sorriso, o Brasil nao toma dela.
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