18 de dez. de 2016

Levo meu rumo na minha mão

Mãe combina com mão. E é isso, mãe: levo meu rumo na minha mão.

Caminho para onde vou. Quase a chegar lá. Passos contidos, porém largos. Passos sozinhos. Passos meus.

Mãe, caminho nos trilhos e levo o meu rumo na minha mão.

Filho nasce e faz seu caminho, e então lembra que o rumo é seguir o / com o coração.

Um dia eu nasci e logo em seguida me dei conta. Mas, até lá, passaram-se anos. Mas era como se tudo fosse colocado num espectro do tempo e, como não havia nome, pensou-se que suficiente era respirar.

Mãe, se hoje caminho, levo meu rumo nas minhas mãos.

Um dia eu cresci aos olhos e eu fui ser quem eu era. Eu sempre era eu mesma, até de cabeça para baixo. O pai tenta ter influências, o pai apita com precisão - mãe, se hoje caminho, levo meu rumo nas minhas mãos.

Vieram as outras, aquelas que são depois de mim. Eu continuaria a ser a mesma, a primeira na escuridão. Seguia meus próprios passos, e levava meu rumo na minha mão. Mãe, quem é que me deu o que deveria ser dado naquele momento? E amanhã, quem será? E o dia de ontem, já passou?

Pois pisco meus olhos, pois há cisco nos cílios. Eu lembro que há de seguir e que para baixo é para cima, só não se vê bem porque são dias maravilhosamente nublados. Mãe, que rima com mão, falamos baixo para não acordar o pai, que é resumido pela falta de todas as palavras que existem - elas fogem, é sempre segunda guerra mundial: hoje eu caminho, e levo meu rumo nas minhas mãos.

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