Coisas belas e sujas, porque hoje estou assim, mas amanhã estou de outro modo.
Coisas belas e sujas, porque a ordem das palavras foge a qualquer indício de lógica existente ou criada. Belas e sujas, porque preciso comer mas também sobreviver. Belas, porque mantenho os cabelos soltos. Sujas, porque não os dou importância.
Coisas belas e sujas, porque esta não foi a vida que eu esperei para mim. Coisas belas e sujas, porque os portões da rua nunca deveriam ser trancados. Belas e sujas, porque tudo é tão simples que chega a ser complicado. E o complicado faz-se tão simples: basta não entender.
Coisas belas e sujas onde as pegadas marcaram de forma forte e envolvente. Onde soam como um abraço e uma sensação de sufocamento. Onde o toque deixou marcas dos dedos. Onde o sussurro fez-se ouvir. Coisas belas e sujas, quando olha-se os meus olhos escuros. Belas e sujas, nesta minha alma transparente mas também tão escondida. Minha.
As coisas do mundo são belas e sujas, são minhas e suas, são deles e de ninguém. São minhas sem ser. As coisas são belas e sujas, porque são sem existir. Belas e sujas como tudo.
Coisas belas e sujas, todos os dias.
29 de abr. de 2014
24 de abr. de 2014
The Sun Also Rises
" 'Oh, Jake,' Brett said, 'we could have had such a damned good time together.' Ahead was a mounted policeman in khaki directing traffic. He raised his baton. The car slowed suddenly pressing Brett against me. 'Yes', I said. 'Isn't it pretty to think so?' "
(Ernest Hemingway)
(Ernest Hemingway)
8 de abr. de 2014
Laurence Anyways
(A princípio, seria apenas um filme)
O sentimento vem. Ao fim do dia, quando a pressa da rotina já perdeu o seu lugar e sumiu da minha frente.
Há espaço para você.
Por vezes a raiva me toma as mãos que comandam a minha vida. E, por mais que dure, ela é derrotada ao fim do dia, quando vem a lembrança e volta você, "anyways". Eu diria que correto é "anyway", by the way.
E por falar em raiva, as vezes pego-me questionando até quando ela virá e vai passar. Fico me perguntando se um dia ela vira e ficará para sempre, tomando o lugar de todo e qualquer sentimento carinhoso que ainda perdura por aqui. I wonder. Let's see.
Vivo em uma balança; ora tendo para um lado, ora tendo para o outro. Ora sou roubada por um, ora sou roubada por outro, quando quero ser apenas minha. Mas, ao fim do dia, vem aquele, anyways.
Meus pensamentos fogem de mim. Agrada-me tanto quando não me pego pensando no ato de pensar. Quando meus pensamentos adormecem. Ou quando eles tornam-se simples. Estou cansada dos pensamentos complexos. Eles me deixam exausta e não me levam a lugar nenhum. Afinal, nunca descobrirei nada com eles - tudo já foi descoberto - a não ser viajar sem sair do lugar.
Gosto também quando fico um dia todo sem ser visitada pela lembrança de você, pois, assim, garanto a mim mesma que ainda estou sob o meu controle. A lembrança da sua existência é uma coisa linda, mas também me doí muito. E, independente do decorrer dos acontecimentos, com certa frequência você visita algum cantinho meu - anyways.
Sinto-me leve, e acredito que estou me movendo. Mas então recebo a lembrança do seu rosto bonito e penso comigo: oh, anyways...
No matter what, it seems it's Laurence anyways.
Laurence, anyways...
O sentimento vem. Ao fim do dia, quando a pressa da rotina já perdeu o seu lugar e sumiu da minha frente.
Há espaço para você.
Por vezes a raiva me toma as mãos que comandam a minha vida. E, por mais que dure, ela é derrotada ao fim do dia, quando vem a lembrança e volta você, "anyways". Eu diria que correto é "anyway", by the way.
E por falar em raiva, as vezes pego-me questionando até quando ela virá e vai passar. Fico me perguntando se um dia ela vira e ficará para sempre, tomando o lugar de todo e qualquer sentimento carinhoso que ainda perdura por aqui. I wonder. Let's see.
Vivo em uma balança; ora tendo para um lado, ora tendo para o outro. Ora sou roubada por um, ora sou roubada por outro, quando quero ser apenas minha. Mas, ao fim do dia, vem aquele, anyways.
Meus pensamentos fogem de mim. Agrada-me tanto quando não me pego pensando no ato de pensar. Quando meus pensamentos adormecem. Ou quando eles tornam-se simples. Estou cansada dos pensamentos complexos. Eles me deixam exausta e não me levam a lugar nenhum. Afinal, nunca descobrirei nada com eles - tudo já foi descoberto - a não ser viajar sem sair do lugar.
Gosto também quando fico um dia todo sem ser visitada pela lembrança de você, pois, assim, garanto a mim mesma que ainda estou sob o meu controle. A lembrança da sua existência é uma coisa linda, mas também me doí muito. E, independente do decorrer dos acontecimentos, com certa frequência você visita algum cantinho meu - anyways.
Sinto-me leve, e acredito que estou me movendo. Mas então recebo a lembrança do seu rosto bonito e penso comigo: oh, anyways...
No matter what, it seems it's Laurence anyways.
Laurence, anyways...
1 de abr. de 2014
Entardecer
O entardecer me traz a lembrança de muitas coisas. Ele traz consigo a menina que fui eu. Ele sopra o vento com cheiro específico, pinta o fundo do céu, no fim da tarde, das cores doloridas.
O entardecer vem como um sopro doce. Chega de mansinho e vai tomando conta de quem sou eu. Cuida bem de mim. Mas, então, me da um soco no estômago.
O entardecer trouxe consigo minhas melhores horas, aquelas que nunca contei porque jamais conseguiria quantificar tamanha alegria. Ele traz consigo rastros de quadros em uma parede no fim do corredor, onde, logo mais, ficaria um quarto repleto de lembranças, almofadas, cheiros, desejos e beijos. E outro quarto logo a frente, nunca usado - apenas uma vez. Eu queria testá-lo, recorda-se?
O entardecer é frio. Ele é também escuro. Pesado. Profundo. Misterioso. Cheio de pensamentos que possuem significados. O entardecer, eu carrego comigo na manga da blusa.
O entardecer me conta histórias vividas. Vividas em seu máximo. Vividas com o mais profundo amor. E, por isso e outras coisas mais, o entardecer, vez ou outra, dói. O entardecer grita comigo. Enxuga uma lágrima transparente que cai dos meus olhos escuros. Bagunça meus cabelos com o vento que traz no cair no dia. Tenta me levar para longe, como seu eu fosse leve. Prende-me ao presente. Soa como o futuro. Leva e traz de volta o passado.
O entardecer é meu amigo. Traz consigo o maior amor que eu já senti na vida. Faz doer minha barriga. E doem também as minhas mãos, os meus olhos, as minhas bochechas, o meu sorriso, o meu olhar, o meu falar e, principalmente, o meu coração.
O entardecer termina no fim do dia. Mas vem um novo amanhecer e, em seu decorrer, volta aqui o entardecer em minha vida.
O entardecer vem como um sopro doce. Chega de mansinho e vai tomando conta de quem sou eu. Cuida bem de mim. Mas, então, me da um soco no estômago.
O entardecer trouxe consigo minhas melhores horas, aquelas que nunca contei porque jamais conseguiria quantificar tamanha alegria. Ele traz consigo rastros de quadros em uma parede no fim do corredor, onde, logo mais, ficaria um quarto repleto de lembranças, almofadas, cheiros, desejos e beijos. E outro quarto logo a frente, nunca usado - apenas uma vez. Eu queria testá-lo, recorda-se?
O entardecer é frio. Ele é também escuro. Pesado. Profundo. Misterioso. Cheio de pensamentos que possuem significados. O entardecer, eu carrego comigo na manga da blusa.
O entardecer me conta histórias vividas. Vividas em seu máximo. Vividas com o mais profundo amor. E, por isso e outras coisas mais, o entardecer, vez ou outra, dói. O entardecer grita comigo. Enxuga uma lágrima transparente que cai dos meus olhos escuros. Bagunça meus cabelos com o vento que traz no cair no dia. Tenta me levar para longe, como seu eu fosse leve. Prende-me ao presente. Soa como o futuro. Leva e traz de volta o passado.
O entardecer é meu amigo. Traz consigo o maior amor que eu já senti na vida. Faz doer minha barriga. E doem também as minhas mãos, os meus olhos, as minhas bochechas, o meu sorriso, o meu olhar, o meu falar e, principalmente, o meu coração.
O entardecer termina no fim do dia. Mas vem um novo amanhecer e, em seu decorrer, volta aqui o entardecer em minha vida.
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