Você se senta logo à minha frente: desta vez você não está indo, nem está chegando, não está com pressa, não se esconde nem se despede - você senta logo à minha frente.
Ali está a mesa e, na ponta, você se senta logo à minha frente.
Eu olho você e olhar você é como te ver: eu te vejo outra vez. Eu te vejo mais uma vez, e não apenas uma vez somente.
Você se senta logo à minha frente com um sorriso largo. É isso que sai de você quando você se senta e deixa eu te ver: eu olho e vejo o seu sorriso.
Dessa vez, você se senta logo à minha frente. Você, cujos passos nunca contei, cujo paradeiro não sei, cujos dias me são todos iguais mas diferentes pois não sei em qual deles você vive.
Ali, você se senta logo à minha frente. Você não corre, e não anda, e não caminha, e não vai. Você fica, e se senta, e logo à minha frente.
Você, logo à minha frente. Você, que está sempre à minha frente, pois assim eu te vejo. Você, sempre à frente, só que lá atrás, num lugar que eu trouxe comigo. Você, sim, você: à minha frente, só que atrás.
16 de fev. de 2018
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